Para potencializar os resultados na pecuária seletiva é de extrema importância que exista um plano genético para o rebanho. Para isso, é necessário identificar quais são os pontos fortes e fracos do rebanho, e então estabelecer metas quanto ao ganho para cada característica relacionada ao sistema de produção. Genética é aditiva, ou seja, o ganho é acumulado no decorrer da seleção, portanto cada nova geração tende a ser mais evoluída geneticamente se o plano genético for executado e os critérios de seleção atingidos.
Podemos definir o termo critério de seleção como a forma de estabelecer metas para todas as características que envolvem o sistema de produção, como crivo para cada geração, ou seja, identificar anualmente os indivíduos superiores, a média, e os indivíduos inferiores, que consequentemente serão descartados do rebanho.
Para os rebanhos de corte, podemos citar os 20 principais critérios de seleção a serem explorados com o objetivo de melhoramento genético:
1. ÍNDICE DE PRENHEZ (%)
2. PERÍODO DE GESTAÇÃO (DIAS)
3. IDADE AO PRIMEIRO PARTO (DIAS)
4. ÍNDICE DE ABORTO (%)
5. ÍNDICE DE NASCIMENTO (%)
6. ÍNDICE DE MORTALIDADE NÉO-NATAL (%)
7. ÍNDICE DE MORTALIDADE NAS FASES: ANO / SOBREANO / ADULTA (%)
8. INTERVALO ENTRE PARTOS (DIAS)
9. LONGEVIDADE: PERMANÊNCIA NO REBANHO COM PRODUÇÃO (NÚMERO DE PARTOS CORRELACIONADO AOS MESES DE IDADE)
10. PESO DA MATRIZ CORRELACIONADO AO PESO DA CRIA AO DESMAME (KG)
11. PESO À DEMAMA - 240 DIAS (KG)
12. GANHO DE PESO DO NASCIMENTO A DESMAMA (KG)
13. PESO AO ANO - 365 DIAS (KG)
14. GANHO DE PESO DO NASCIMENTO AO ANO (KG)
15. PESO AO SOBREANO - 450 DIAS (KG)
16. GANHO DE PESO DO NASCIMENTO AO SOBREANO (KG)
17. PERÍMETRO ESCROTAL AO ANO - 365 DIAS (CM)
18. PERÍMETRO ESCROTAL AO SOBREANO - 450 DIAS (CM)
19. AVALIAÇÃO DE CARCAÇA: ÁREA DE OLHO DE LOMBO (CM2) / ESPESSURA DE GORDURA (MM)
20. AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA
Certamente, todos os critérios de seleção adotados auxiliam muito no processo de melhoramento genético dos rebanhos, com tudo, é importante lembrar que a avaliação morfológica dos animais é outra ferramenta necessária, pois a estrutura e funcionalidade podem ser avaliadas visualmente e soma aos índices zootécnicos.
Contando com a avaliação morfológica juntamente com os indicadores zootécnicos, podemos definir o perfil produtivo do rebanho e daí seguir para os acasalamentos direcionados. Defino o termo acasalamento direcionado, como sendo a técnica de identificação do reprodutor que somando as características da matriz ou grupo de matrizes, morfológicas e genéticas, irá potencializar os resultados da progênie de acordo com os objetivos da seleção.
A utilização de touros melhoradores, ou seja, touros provados quanto à produção, é a forma mais rápida de se obter melhores resultados no rebanho. Para identificarmos estes reprodutores é importante conhecermos um pouco mais sobre os programas de melhoramento genético de cada raça, usufruindo das melhores características dos touros que disponibilizam sémen para o mercado conciliando com as deficiências do rebanho, a fim de potencializar o ganho genético nos acasalamentos direcionados.
Portanto, orientando-se através dos índices genéticos de cada reprodutor (e matrizes no caso de pecuária seletiva), avaliação morfológica (reprodutor/matriz) e metas para os critérios de seleção, ficará muito mais fácil definir quais reprodutores deverão ser utilizados para contribuir com a evolução genética do rebanho.
Rafael Mazão Ghizzoni Zootecnista - Jurado ABCZ Esp. Julgamento das Raças Zebuínas - Consultor Técnico Corte - Alta |